Apoiando Seu Filho Third Culture Kid (TCK): Estratégias para Navegar Nesta Jornada Única

Mãe expatriada, você se preocupa com o bem-estar emocional e a adaptação de seu filho Third Culture Kid (TCK) em uma nova cultura? Você já observou sinais de estresse ou ansiedade em seu filho TCK relacionados às mudanças culturais? Como você lida com as dificuldades que seu filho TCK enfrenta ao tentar se adaptar a diferentes ambientes culturais?

Entender e apoiar seu filho TCK em sua jornada única pelo mundo é fundamental para garantir seu bem-estar e desenvolvimento saudável. Como uma Psicóloga Clínica especialista em psicologia intercultural e expatriação, esposa expatriada e mãe de Third Culture Kids (TCKs), posso afirmar que é extremamente importante reconhecer a singularidade desse grupo de jovens que cresceram imersos em múltiplas culturas devido a frequentes deslocamentos internacionais. 

O que significa ser um Third Culture Kid (TCK)? 

Ser um Third Culture Kid (TCK) significa crescer imerso em várias culturas devido a deslocamentos internacionais frequentes. Esses jovens passam uma parte significativa de suas vidas em países ou culturas diferentes daquelas de seus pais. 

O termo “Third Culture” refere-se à cultura compartilhada e única que se forma quando indivíduos de diferentes origens culturais se reúnem e criam uma nova identidade cultural comum. 

Os TCKs desenvolvem uma compreensão e apreciação profundas de diferentes culturas, ao mesmo tempo em que podem enfrentar desafios relacionados à identidade, pertencimento e adaptação constante.

Eu te entendo, Mãe Expatriada

Como mães expatriadas, sabemos o quão desafiador é criar filhos em um ambiente multicultural. Nossa jornada é marcada por uma mistura de emoções, desde a empolgação das novas experiências até a preocupação com a adaptação e o bem-estar de nossos filhos. Encontramo-nos frequentemente em uma encruzilhada entre as culturas de origem e as culturas hospedeiras, tentando equilibrar tradições familiares com novas influências culturais.

Eles vivenciam uma realidade complexa enraizada na experiência multicultural, marcada por mudanças constantes, adaptações e um senso de pertencimento multifacetado. Meus próprios filhos, aos 15 anos, já haviam vivido em três continentes diferentes e crescido carregando passaportes desde o nascimento. Para eles, viagens internacionais eram tão comuns quanto passear pelo bairro, o que às vezes obscurecia a complexidade do ambiente em que viviam. 

Infelizmente, os TCKs são frequentemente mal compreendidos e rotulados como esnobes quando compartilham suas experiências, o que pode levá-los a se fecharem e se sentirem deslocados nas culturas onde deveriam encontrar seu senso de pertencimento. 

E nós, mães expatriadas, muitas vezes, sentimos o peso dessa responsabilidade ampliada, pois não apenas enfrentamos os desafios típicos da maternidade, mas também lidamos com a complexidade adicional de criar filhos imersos em diferentes culturas. 

Nos esforçamos para garantir que nossos filhos TCKs se sintam seguros, apoiados e capazes de prosperar em meio às constantes mudanças que enfrentam. Como mães expatriadas, é fundamental estarmos atentas aos sinais de estresse, ansiedade ou dificuldades que nossos filhos TCKs possam estar enfrentando. Por isso, é essencial buscarmos maneiras eficazes de apoiá-los em sua jornada única pelo mundo.

Dificuldades e Benefícios de ser um Third Culture Kid (TCK)

Navegar entre culturas durante a formação da identidade é um desafio para os TCKs, que enfrentam obstáculos únicos ao tentar se conectar com as culturas de seus passaportes ou nacionalidades. 

Eles são frequentemente chamados de “camaleões culturais” por sua habilidade de se adaptar, mas, ao mesmo tempo, podem lutar para identificar uma cultura à qual realmente pertencem. 

Ser um Third Culture Kid (TCK) traz uma série de benefícios e habilidades únicas ao longo da vida, como compreensão e respeito por diferentes culturas, adaptabilidade, empatia, habilidades avançadas de comunicação e uma mentalidade de busca por aventuras. No entanto, os desafios dessa vida móvel não devem ser subestimados. 

A facilidade de adaptação dos TCKs durante a formação de sua identidade muitas vezes reflete a dificuldade de escolher seu próprio caminho. A cada mudança, eles perdem uma parte significativa de suas vidas, incluindo casa, amigos, escola e, em alguns casos, até mesmo idiomas e animais de estimação. 

Embora viagens internacionais possam parecer glamourosas para muitos, para os TCKs, elas podem resultar em lutos não processados que afetam sua identidade e relacionamentos futuros. 

Estratégia para Apoiar nossas Third Culture Kids (TCK)

Nesse contexto, o Modelo RAFT (Reconciliação, Afirmação, Despedidas, Pensar no próximo destino) de Ruth Van Reken e Pollock é uma ferramenta valiosa para entender e apoiar o desenvolvimento psicológico dos jovens TCKs. Esse modelo divide a jornada de mudança de um TCK em quatro fases: Reconciliação, Afirmação, Despedidas e Pensar no próximo destino.

  • Reconciliação: Nessa fase, é importante cuidar das relações e resolver conflitos, evitando deixar questões não resolvidas. 
  • Afirmação: É o momento de reconhecer e agradecer às pessoas que tiveram importância na vida do TCK no país atual. 
  • Despedidas: Refere-se a se despedir da cultura e contexto atual, incluindo rituais de despedida e expressão de sentimentos.
  • Pensar no próximo destino: Nesta fase, é importante olhar para o futuro com otimismo e destacar os aspectos positivos da próxima morada, mas somente após completar as fases anteriores. 

Quando buscar apoio profissional para Third Culture Kids (TCK)?

Como mãe expatriada, você pode desempenhar um papel significativo no apoio emocional de seu filho TCK, utilizando esse modelo. Se o seu TCK apresentar conflitos de identidade, ansiedade elevada ou mudanças drásticas de humor, é altamente recomendável buscar a ajuda de um especialista. A terapia pode fornecer insights valiosos e estratégias de enfrentamento específicas para TCKs, considerando suas experiências de vida únicas.

Conte comigo para um acolhimento sem fronteiras!

Abraços,

Odalea Freire – Psicóloga das Expatriadas.

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